14 de ago. de 2008

I colóquio sobre história e historiografia da arquitetura brasileira



I colóquio sobre história e historiografia da arquitetura brasileira

19 a 22 de agosto de 2008
brasília - df

o colóquio reúne os trabalhos brasilienses que vêm sendo apresentados em seminários nacionais e internacionais sobre o assunto, agregando ainda trabalhos de alunos da pós-graduação da faculdade de arquitetura e urbanismo da unb.entrada livre

realização:
núcleo docomomo brasília
ppg fau-unb

programação

19 de agosto
terça-feira
Câmara dos Deputados
Praça dos Três Poderes, Anexo II, Plenário 3

19h - Abertura
Palestra: As obras de Oscar Niemeyer em Minas Gerais - 1938-1955

20h - Lançamento do livroDa matéria à invenção: as obras de Oscar Niemeyer em Minas Gerais - 1938-1955
Danilo Matoso Macedo

20 de agosto
quarta-feira
UnB - ICC, Ala Norte
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB
Auditório Ernesto Walter

historiografia

14h
A construção de uma outra historiografia
Sylvia Ficher

História e projeto arquitetônico como práticas reflexiva mútuas
Eduardo Rossetti

Identidade e imitação
Reinaldo Guedes

Documentação e patrimônio edificado recente
Danilo Matoso Macedo

Bahia – um outro modernismo: paralelo e escamoteado
Andrey Schlee e Sylvia Ficher

Casa do Chame-Chame: a relação limite entre o natural e o cultural na obra de Lina Bo Bardi
Maíra Teixeira

17h - Intervalo

18h
A religião do colonizador e a colonização em nome da fé
Lila Donato

Congresso Nacional – documentação técnica e obra construída
Elcio Gomes e José Manoel Sánchez

Espaços de cozinhar no Brasil
Maria Villar

Arquitetura da Base Aérea de Natal na 2ª Guerra Mundial
Graciete Guerra da Costa, Andrey Schlee e Antônio Rodrigues da Silva Filho

O mobiliário urbano ao longo dos tempos
Roberto Gonçalves

21 de agosto
quinta-feira
UnB - ICC, Ala Norte
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB
Galeria

preservação

14h
A postura da municipalidade na preservação do patrimônio cultural urbano
Patrícia Reis da Silva

Pela Memória de Pelotas. Como sempre!
Andrey Schlee

Cenários da Preservação do patrimônio arquitetural remanescente em cidades brasileiras
Valério Medeiros, Edja Trigueiro e Frederico de Holanda

O oásis no labirinto das cidades brasileiras
Valério Augusto Medeiros e Frederico de Holanda

Monumentos históricos da última capital planejada no séc. XX, no Brasil
Valéria Picanço e Ana Elisabete Medeiros

A Ponte
Andrey Schlee

17h - Intervalo

18h
Gestão de resíduos em obras de restauração do Programa Monumenta: Critérios e Diretrizes
Valéria Picanço e Ana Elisabete Medeiros

Museu do Porto de Manaus: um patrimônio a ser preservado
Graciete Guerra da Costa e Antônio Rodrigues da Silva Filho

Conjunto Ferroviário de Paranapiacaba - uma herança industrial inglesa na Serra do Mar
Anna Finger

A arquitetura das sedes do governo brasileiro
Maurício Pinheiro

A recorrência do pátio interno nas residências modernas
Monise Campos

22 de agosto
sexta-feira
UnB - ICC, Ala Norte
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB
Galeria

brasília

14h
A arquitetura rural das estradas coloniais do Planalto Central
Lenora Barbo

Patrimônio e estudos morfológicos – exemplos de Brasília
Frederico de Holanda

Patrimônio Urbano em Brasília: alguma coisa está fora da ordem
Carlos Madson

Projetar em Brasília
Taciana A. Vaz

A obra de Milton Ramos
Carlos Henrique Magalhães

Concretismo e Neoconcretismo nos painéis de Athos Bulcão
Fábio da Silva

17h - Intervalo

18h
A Torre de TV de Lucio Costa
Eduardo B. Azambuja

Um lugar pra se guardar: os espaços para exposição de Niemeyer em Brasília
Ana Cláudia Böer Breier

Arquitetura Religiosa de Niemeyer em Brasília
Luciane Scottá

A Ponte de Oscar Niemeyer em Brasília
Roger Fonseca e José Manoel Sánchez

Patrimônio, nativismo e arquitetura moderna: algumas obras de Oscar Niemeyer em Minas Gerais
Danilo Matoso Macedo

13 de ago. de 2008

Da matéria à invenção: as obras de Oscar Niemeyer em Minas Gerais - 1938-1955





Lançamento do livro

Da matéria à invenção: as obras de Oscar Niemeyer em Minas Gerais - 1938-1955
de Danilo Matoso Macedo
19h do dia 19 de agosto de 2008, terça-feira
Praça dos Três Poderes, Câmara dos DeputadosAnexo II, Plenário 3, Brasília - DF
No evento também será feita a abertura do I Colóquio sobre História e Historiografia da Arquitetura Brasileira

Realização:
Câmara dos Deputados
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília

Apoio:
Núcleo Docomomo Brasília
Instituto dos Arquitetos do Brasil/DF

Para mais informações:

Editora
Câmara dos Deputados
Centro de Documentação e Informação - CEDI
Coordenação de Publicações - CODEP

Autor
Danilo Matoso Macedo
.
Para adquirir:
Câmara dos Deputados
(convém telefonar)



Da matéria à invenção

As obras de Oscar Niemeyer em Minas Gerais, 1938-1955



O texto claro, quase didático, com que as obras são descritas – muitas vezes em seus pormenores técnicos – e a abrangência do universo examinado no período entre 1938 e 1955, em Minas Gerais, tornam a sua divulgação imprescindível entre universitários e estudiosos do assunto. Além do mais porque este período e os exemplares arquitetônicos examinados são fundamentais para a compreensão da obra do arquiteto carioca, na fase em que nasceu e evoluiu o seu estilo pessoal.

Glauco Campello. Arquiteto, ex-colaborador de Oscar Niemeyer, ex-Presidente do IPHAN


Em 2007, o arquiteto Oscar Niemeyer completou 100 anos de vida. Entre as diversas homenagens que recebeu estava o Ano do Centenário de Oscar Niemeyer na Câmara dos Deputados. Além de diversos eventos, a Câmara, através de sua editora, programou a realização de publicações em homenagem ao mestre carioca, e
Da matéria à invenção é a primeira delas.
O livro é fruto da pesquisa de mestrado do arquiteto brasiliense e servidor do Departamento Técnico da Câmara dos Deputados, Danilo Matoso Macedo, realizada na Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais entre 2000 e 2002. Ao longo das 528 páginas totais do livro, o autor trata do contexto cultural e político em que as obras foram produzidas, da trajetória da carreira de Oscar Niemeyer naquele período, bem como da repercussão de sua arquitetura. Atenção especial foi dada também a textos originais de Niemeyer e outros profissionais envolvidos nas obras. O cerne do trabalho, entretanto, está na análise minuciosa dos desenhos, características espaciais e construtivas das 27 obras apresentadas em 168 páginas coloridas. Do Hotel de Ouro Preto (1938) à Biblioteca Pública Estadual em Belo Horizonte (1955), são investigados os elementos definidores desta etapa da arquitetura de Oscar Niemeyer, marcada pelo uso abundante de materiais e cores, antecedendo sua fase mais sintética - iniciada com os trabalhos de Brasília a partir de 1957.
Aos dois anos iniciais de pesquisa, o autor acrescentou quase um ano de trabalho no preparo de desenhos especialmente elaborados para o livro, resultando num conjunto de mais de 1100 figuras que ilustram fartamente a arquitetura de Niemeyer, trazendo à luz não apenas desenhos inéditos de obras conhecidas como também projetos esquecidos do público em geral e mesmo de pesquisadores especializados.

despedida a três artífices

Entre as noites de 27 de julho e 2 de agosto de 2008, a arquitetura brasileira perdeu três de seus grandes artífices: o artista Athos Bulcão, e os arquitetos Joaquim Guedes e Milton Ramos.
Artífice é palavra que cai bem aos três, pois significa a uma vez artesão e inventor, sugerindo que é da prática cotidiana do ofício que decorre a inovação.
Joaquim Guedes foi artífice do discurso aquitetônico, manifestado em seus textos, edifícios, planos urbanísticos, na prática docente, na política. Em todas estas instâncias, o cuidado e o labor no talho da palavra deixou a marca da profundidade no texto. Tendo se formado em 1954, participou do concurso de anteprojetos para o Plano Piloto de Brasília, afirmando já ali a integração indissociável entre todas aqueles campos da arquitetura.
Athos Bulcão foi artífice das artes. Dominava o desenho e a pintura com a desenvoltura que lhe rendeu diversos prêmios em exposições e concursos. Mas foi na integração de sua obra com a arquitetura que um novo mundo de possibilidades se abriu. E foi em Brasília, com seus painéis e sua azulejaria que o artista ajudou a construir uma nova paisagem para o dia-a-dia. Athos sinalizou com o cuidado de um ourives que qualquer material, tratado com compreensão, torna-se arte.
Milton Ramos foi artífice do projeto e da construção. Logo de início emprestou seus cuidados e seu suor ao legendário milhar de pranchas que compõem o detalhamento do Palácio do Itamaraty - desta obra prima de nossa construção . E mais além do cotidiano do projeto, foi nas obras do cotidiano brasiliense que Milton exerceu seu trabalho exaustivo. Seus edifícios residenciais, seus clubes, seus aeroportos, destacam-se pelo zelo no trato dos materiais, pela ordenação clássica dos elementos construtivos, pela disposição espacial simples e rica. E fascinam a todo aquele que, envolvido ou não com o mundo da construção, admira um trabalho bem cuidado.
Três artífices. Três conjuntos de obras tão diversas e tão similares, e todas de algum modo ligadas a Brasília. Três ausências monumentais no lapso de uma semana. Cabe a nós buscar estudá-las e entendê-las para fazer do trabalho desses homens uma lição.

danilo matoso macedo
arquiteto e urbanista
núcleo docomomo brasília

homenagem a milton ramos

Milton Ramos foi sem dúvida arquiteto de grande destaque dentre aqueles que presenciaram um momento de afirmação da modernidade arquitetônica no Brasil e seu posterior desenvolvimento. É figura chave na realização da cidade nova a que Brasília viria encarnar, tendo contribuído para esta realização com edifícios de excepcional riqueza plástica e construtiva.

Moderno na formação e pelo ambiente cultural que vivenciou no Rio de Janeiro que vinha se transformando radicalmente desde a década de 1930, Milton é responsável por uma obra de coerência e resultado, sendo expoente entre uma geração que se viu diante dos desafios de transformação vindicados por um país que há muito buscava sua identidade.

Formado pela faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil em dezembro de 1958, vem para Brasília apenas dois meses depois em busca de ampliar sua experiência profissional, o que de fato acontece, quando passa a integrar o quadro de profissionais da Construtora Pederneiras S.A, oportunidade que se soma a outras de igual importância, e que fizeram com que Milton se tornasse personalidade notória dentre os arquitetos responsáveis pela realização de Brasília em todas as escalas previstas no plano urbanístico de Lucio Costa. O êxito como construtor lhe confere uma imensa capacidade de realização e anos seguintes ao abrir o próprio escritório, a oportunidade de projetar certa variedade de temas de importância histórica e artística para Brasília.

Do convívio com profissionais, do aprendizado construtivo, das dificuldades encontradas na administração dos canteiros, é de onde Milton Ramos parecia extrair parte de sua propriedade projetiva, caracterizada nem tanto pela economia irrestrita de meios, mas sim, pela sua correta potencialização. Elementos que numa crítica comum são vistos como inerentes à realização da arquitetura moderna – pilotis, escadas escultóricas, clareza estrutural e rigor na aplicação material – nas mãos do arquiteto parecem ter o valor revelado e transformado; o projeto como verdade.

Milton foi sempre lembrado por contribuições preciosas na execução de algumas obras de Oscar Niemeyer, a mais notável o Palácio do Itamaraty, em que a riqueza no trato de inúmeras soluções é essencial para a distinção e integridade deste edifício. Mas cabe ressaltar que sua obra figura dentre as mais profícuas de uma geração fundamental para compreensão de nossa arquitetura e possui contundente autonomia propositiva, conciliando características construtivas e espaciais em edifícios onde prevalece o rigor pelo detalhe, a distinção no tratamento de volumes e superfícies, e uma criteriosa solução de elementos estruturais.

Escrevo como quem se debruçou com paixão e vontade sobre a obra desse mestre nos meses recentes e mesmo não tendo a oportunidade de desfrutar de seu convívio, posso reiterar o depoimento que colhi daqueles que puderam: de um homem leal, convicto, fiel a si mesmo e comprometido com as causas pelas quais se empenhou.

Tristes esses dias em que perdemos para o tempo dois magníficos artistas.

Carlos Henrique Magalhães.

3 de ago. de 2008

milton ramos



milton ramos
1929-2008

nascido no rio de janeiro em 1929.
formado pela faculdade de arquitetura da universidade do brasil em 1958.
assessorou oscar niemeyer no detalhamento do palácio do itamaraty.
manteve escritório em brasília a partir de 1959.
foi autor de diversos projetos, dentre os quais:
. iate clube de brasília
. oratório do soldado
. clube da aeronáutica
. aeroporto de belo horizonte/confins

milton ramos faleceu em 2 de agosto de 2008

1 de ago. de 2008

athos bulcão


athos bulcão
1918-2008

nascido no rio de janeiro em 1918.
deixou o curso de medicina em 1939 para dedicar-se à pintura.
trabalhou como auxiliar de portinari na confecção dos painéis em azulejos para a igreja da pampulha, em 1945.
em paris, de 1948 a 1949, cursou desenho na académie de la grande chaumière e litografia no ateliê de jean pons.
além de projetos gráficos, pinturas, desenhos e esculturas, produziu diversos painéis integrados à arquitetura, destacando-se sua colaboração com oscar niemeyer e joão filgueiras lima (lelé).

athos bulcão faleceu em brasília em 31 de julho de 2008